Como em qualquer profissão, as dificuldades de um advogado no início de carreira precisam ser superadas. Além da adaptação normal à nova rotina – que inclui inúmeras horas de trabalho diárias -, há outros desafios relevantes que o advogado que acabou de tirar a carteira da OAB tem que enfrentar.
Você sabe quais são os principais? E como superá-los? Nesse artigo, listamos algumas das dificuldades de um advogado no início de carreira. Acompanhe.
Atualmente, a cada esquina pela qual passamos existe uma faculdade que oferece a formação em Direito. Além de ser um dos mais antigos, esse também é um dos cursos mais concorridos do Brasil. A consequência desse boom de cursos é o ingresso, ano após ano, de milhares de advogados no mercado de trabalho jurídico, aumentando a oferta e a concorrência.
Tamanha disponibilidade faz com que os escritórios de advocacia não consigam absorver tanta mão de obra. O resultado: dar preferência aos profissionais experientes ou com maior qualificação acadêmica.
A disposição em contratar advogados recém-formados é pequena e, quando isso acontece, se dá mediante condições não muito boas, como salários baixos ou pagos apenas em caso de êxito, e alta carga horária (que não constará no contrato, claro). Infelizmente, são comuns essas condições de trabalho, que devem ser analisadas caso a caso para saber se vale ou não a pena assumir o emprego dessa forma.
Para quem acredita que há possibilidade de discussão do advogado com seu chefe em torno do respeito aos direitos trabalhistas (principalmente no tocante à jornada de trabalho e ao pagamento de horas extras), é preciso esclarecer que a prática jurídica não obedece àquilo que prega, e como a oferta é enorme, vale o bordão: “se você não quer, tem quem queira”.
O mercado de trabalho saturado não é a única das dificuldades de um advogado no início da carreira. O profissional iniciante terá que escolher uma área de atuação, e nem sempre as predileções por um ramo específico do Direito que tinha durante o curso correspondem aos desejos profissionais. Até porque, muitos estudantes gostam de variadas áreas do Direito e ficam em dúvida sobre qual delas seguir.
Para resolver a questão, é preciso considerar uma série de fatores que vão além da preferência e do gosto. É importante levar em conta as possibilidades de crescimento na carreira, a expectativa salarial ao longo do tempo e a forma de atuação. Certamente, um fator pode pesar mais para um advogado do que para outro, e, por isso, a escolha é muito particular.
Superado o desafio da escolha da área, o profissional deve saber a forma de atuação que deseja. Como advogar? Abrir o próprio negócio sozinho? Ter um escritório com amigos? Entrar em um escritório já conhecido?
No Direito, o advogado possui várias formas de atuação, mas nem sempre pode desfrutar de todas, caso não tenha condições de arcar com sua escolha. Abrir um escritório, por exemplo, é algo que demanda dinheiro, o que nem sempre é possível no início de carreira. Desconsiderando as particularidades de cada profissional, veja as principais formas de atuação na advocacia.
Advogado que não possui vínculo de emprego, seja com empresa ou com escritório. Ele trabalha por conta própria, assume os riscos financeiros e as responsabilidades a gestão do trabalho, além de cuidar de tudo que envolve sua atividade. O advogado, para ser autônomo, deve ter um perfil próprio, com muitas habilidades que envolvem a administração de um negócio.
Essa expertise vai além do universo do Direito, e envolve uma boa comunicação para conquistar clientes e lidar com colegas autônomos (em casos de necessitar de substituição, por doença ou férias, por exemplo), além de noções de gestão financeira e administrativa para organizar suas receitas e despesas, bem como sua agenda pessoal. Uma boa dica para lidar com essas responsabilidades é utilizar plataformas e aplicativos que otimizam a atuação.
Além do perfil, o profissional precisa investir para arcar com os materiais necessários para sua atuação advocatícia (computador, livros de doutrina e prática jurídica, local de trabalho etc.).
Profissional que tem vínculo empregatício com escritórios jurídicos ou empresas. Sua atuação se restringe à atividade jurídica, representando os clientes e sendo responsável por conduzir os processos sob sua responsabilidade. Normalmente, o advogado contratado ganha um salário mensal, tendo certa estabilidade no planejamento financeiro, porém, ele não participa da administração do negócio e tem pouca liberdade para atuar conforme suas ideias.
Profissional que integra uma sociedade de advogados e que compartilha tudo relacionado à atuação: gestão, custos, receitas, ideias e conhecimento. Essa é uma atuação interessante porque possibilita aos envolvidos contrabalançar as deficiências de um com os pontos fortes de outro, uma vez que alguns advogados preferem atuar em tribunais, e outros gostam mais de pesquisa jurisprudencial e legal.
As dificuldades de um advogado no início de carreira ao ser sócio é arcar com os custos para abrir seu escritório, sejam eles gastos fixos (aluguel, funcionários, material de escritório, contas de água, luz, internet) ou variáveis (qualificação profissional, locomoção, viagens).
A Lei nº 13.247/2016, que alterou o Estatuto da Advocacia, concedeu aos advogados uma nova forma de atuação: a sociedade unipessoal de advocacia, que é bastante viável para os iniciantes. Essa forma representa um benefício fiscal aos autônomos, possibilitando o enquadramento da atividade no regime tributário do Simples.
Imagine que o advogado tenha superado a inserção no mercado de trabalho e escolhido a área e a forma de atuação, mas, quando menos espera, no meio de um dia normal no escritório, ele se depara com a uma demanda específica, que acomete muitos clientes: acompanhar as publicações dos Diários Oficiais. E agora?
Muitas publicações, principalmente referentes à licitação, são de interesse dos clientes da advocacia. Infelizmente, o advogado iniciante não tem a menor noção de como lidar com o acompanhamento das publicações dos Diários Oficiais, já que eles sequer são mencionados durante o curso superior. É comum, inclusive, não saber como publicar no DOU.
Essa, que é uma das dificuldades de um advogado no início de carreira, já diz respeito à atuação em si, e muitos profissionais preferem fazer um “trabalho braçal” para conseguir consultar o que deseja nas publicações oficiais. Para superar esse desafio, o advogado pode utilizar plataformas que facilitam a busca.
Uma delas é o e-DOU, que ajuda o profissional a encontrar matérias de seu interesse no Diário Oficial da União (DOU) e nos Diários Oficiais dos Estados (DOE) de forma ágil e gratuita. A plataforma possui um sistema de busca simples e eficiente que proporciona resultados efetivos.
Seguindo nossas dicas, as dificuldades de um advogado no início de carreira ficam mais fáceis de ser vencidas, e o profissional pode focar no seu crescimento na área.
Você enfrentou outro desafio que não mencionamos? Conte pra gente pelos comentários e até a próxima.