A operação que teve início em 2014 já está na sua trigésima fase. Tudo começou no mês de março, quando a Polícia Federal deflagrou um esquema criminoso, que usavam lava jatos e postos de gasolina para lavar dinheiro ilícito. A ação da PF foi muito além do seu objetivo inicial, a Lava Jato também descobriu o envolvimento de diretores da Petrobras, políticos e empreiteiras no esquema. Os prejuízos chegam a somar mais de R$ 10 bilhões de reais.
Vamos relembrar as fases da operação Lava Jato, a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro feita pela Polícia Federal, pela qual o país já passou.
A Operação Lava Jato começou com a prisão de 24 pessoas acusadas de lavagem e desvio de dinheiro. Um grupo de doleiros foi descoberto em um esquema ilícito, que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Entre os presos, estava o doleiro Alberto Youssef.
A PF prende o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A investigação da Polícia Federal revelou que Paulo recebeu de presente um carro de luxo de Alberto Youssef. O ex-diretor era suspeito de envolvimento com o esquema dos doleiros e tentou destruir provas que o ligavam a eles.
Nessa fase da Lava Jato foram apreendidos R$ 70 mil reais em dinheiro e vários documentos, isso também aconteceu na sede da Petrobras. Cumpriu-se 16 mandados de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva, e um de prisão temporária. A ação da Polícia Federal reuniu provas sobre a ligação de Paulo Roberto Costa com o doleiro Alberto Youssef.
O ex-diretor da Petrobras foi preso novamente durante a quarta fase da Lava Jato. Além dos motivos que o conduziram à primeira prisão, o juiz declarou que o ex-diretor tinha US$ 23 milhões em contas bloqueadas na Suíça.
A Polícia Federal prende dois ”laranjas” de Alberto Youssef: João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado e Iara Galdino da Silva. Os dois presos tinham escritórios em São Paulo que administravam as contas do doleiro fora do país.
A PF cumpriu 12 mandados, sendo 11 deles de busca e apreensão e um de condução coercitiva em empresas ligadas ao ex-diretor da Petrobras e seus familiares. Vários documentos foram apreendidos durante a sexta fase da Lava Jato.
Batizada de ‘Juízo Final’, a operação da PF prendeu o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e 17 executivos de grandes empreiteiras. As construtoras investigadas na sétima fase da operação Lava Jato somavam contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras.
O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, é preso preventivamente pela Polícia Federal. A acusação sobre Cerveró foi por participar em crimes, como corrupção contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro entre 2006 e 2012.
O alvo da operação ‘My Way’ foi a Diretoria de Serviços da Petrobras e a BR Distribuidora. Os mandados de busca foram expedidos para 26 empresas, a maioria delas apenas de fachada. Quatro pessoas foram presas pela PF. Nessa fase da Lava Jato o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi levado para depor. Na empresa Arxo, foram apreendidos 500 relógios de luxo.
Na operação batizada com o nome ‘Que País é Este?’, o ex-diretor Renato Duque voltou a ser preso pela Polícia Federal. O Ministério Público constatou que Renato tinha contas secretas na Suíça, no valor de 20 milhões de euros, esvaziadas e transferidas para o Principado de Mônaco. Foram confiscadas 131 obras de arte na casa do ex-diretor. Outras cinco pessoas foram presas na décima fase da operação Lava Jato.
A Polícia Federal desmontou um esquema que desviava recursos de contratos com agências de publicidade na 11ª fase da operação, batizada de “A Origem”. A PF prendeu preventivamente os ex-deputados André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa.
João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, é preso pela Polícia Federal. Os investigadores encontraram vários depósitos bancários suspeitos nas contas de sua mulher e da cunhada, que de acordo com o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, eram indicativos de lavagem de dinheiro.
Milton Pascowitch, quem controlava o esquema de pagamento, é preso pela PF em São Paulo. Nessa Fase da operação Lava Jato, ele é citado pelo ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, como operador de pagamento de propina vinda de contratos da estatal. Milton também pagou, por meio de sua empresa, a Jamp Engenheiros Associados Ltda, R$ 1,45 milhão à JD Consultoria, de José Dirceu.
Batizada com o nome de ‘Erga Omnes’, a PF prendeu nesta fase da investigação os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. Entre os presos pela Polícia Federal, também estavam os executivos Márcio Farias e Rogério Araújo, da Odebrecht, e Paulo Dalmaso e Elton Negrão, da Andrade Gutierrez.
Nessa fase da Lava Jato, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Zelada, é preso pela PF. Também foram cumpridos mais quatro mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Niterói. Chamada de ‘Conexão Mônaco’, a 15ª fase da Lava Jato averiguou crimes de corrupção, fraudes em licitações, desvios de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
A ação da PF batizada como ‘Radioatividade’ cumpriu 30 mandados em cinco cidades. A operação apurou a formação de cartel, o ajustamento precedente de licitações nas obras de Angra 3 e o pagamento indevido de benefícios financeiros a empregados da Eletronuclear. Um dos presos pela Polícia Federal foi Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor que foi afastado.
Na fase da Lava Jato batizada como ‘Pixuleco”, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. O irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, o ex-assessor, Roberto Marques, e o dono da empresa de informática Consist, Pablo Kipersmit, também foram presos pela PF.
Cerca de 70 policiais federais cumpriram a 18ª fase da operação Lava Jato. O ex-vereador do PT de Americana, Alexandre Correa de Oliveira Romano, foi preso pela PF em São Paulo, suspeito de participar do esquema de corrupção.
A 19ª fase da Lava Jato revelou um novo membro ligado ao PMDB, João Augusto Rezende Henriques. Durante a ação, também foi preso pela Polícia Federal o sócio-diretor da Engevix, José Antunes Sobrinho. Ele já era réu na Lava Jato em outra ação envolvendo dirigentes da Eletronuclear.
Na ‘Operação Corrosão’ a PF mirou ex-funcionários da Petrobras investigados pelo recebimento dinheiro ilícito. Dois envolvidos no esquema tiveram a prisão temporária decretada e cinco foram conduzidos pelos policiais para prestar depoimento. Essas ações caracterizaram a 20ª fase da Lava Jato.
Durante a 21ª fase da Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai é preso pela Polícia Federal em Brasília. Amigo de Lula, o empresário é acusado de estar envolvido em fraude no contrato para a operação do navio-sonda Vitória 10.000.
Na ação batizada pela PF de ‘Triplo X’ foram cumpridos 23 mandados judiciais, sendo seis de prisão temporária nas cidades de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e em Joaçaba (Santa Catarina). Os alvos eram a obras da Bancoop, cooperativa dos bancários que foi dirigida pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
A 23ª fase da Lava Jato, nomeada como Acarajé, realizou 51 mandados. Um dos alvos foi o publicitário João Santana, responsável pelas campanhas que levaram Lula e Dilma à presidência do país. As ações reuniram 300 agentes da PF no Rio, São Paulo e Bahia.
Batizada pela Polícia Federal como ‘Aletheia’, a operação realizou mandados de busca e apreensão na casa de Lula. Lula também foi alvo de um mandado de condução coercitiva. Dois filhos do ex-presidente, também foram levados para depor junto com o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna.
A 25ª fase da Lava Jato marca a primeira fase internacional da operação. A ação prendeu em Portugal, o operador financeiro Raul Schmidt Felippe Junior, que estava foragido desde julho de 2015. Elé é acusado de envolvimento em pagamentos de propinas aos ex-diretores da estatal Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada.
Batizada pela Polícia Federal de ‘Xepa’, a 23ª fase da operação Lava Jato teve como principal alvo a Odebrecht. De acordo com a PF, foi descoberto um esquema de contabilidade paralela no campo do Grupo Odebrecht com o objetivo de pagar benefícios ilícitos a terceiros, vários deles vinculados com o poder público.
O ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira e Ronan Maria Pinto (dono do jornal Diário do Grande ABC), foram presos pela PF na 27º fase da operação, batizada com o nome de ‘Carbono 14’. O alvo da ação era um empréstimo de R$ 12 milhões retirado para o PT, em nome do pecuarista José Carlos Bumlai, no qual Ronan Maria Pinto teria sido o beneficiário final de metade do empréstimo.
Nomeada como ‘Vitória de Pirra’ pela PF, a nova fase da Lava Jato prendeu o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), assessores do ex-parlamentar, acusados de cobrar propina para evitar o depoimento de empreiteiros na CPI da Petrobras, formada por senadores e deputados, em 2014.
A 29ª fase da Lava Jato, denominada ‘Repescagem’, prendeu o ex-tesoureiro do PP, João Cláudio Genu. Ele foi acusado como operador político no esquema e também já havia sido condenado no Mensalão. Agentes da PF cumpriram seis mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária.
Completando a trigésima fase da Lava Jato, a ‘Operação Vício’ prendeu Flávio Henrique de Oliveira e Eduardo Aparecido de Meira, donos de empresa fornecedora de tubos, que produzia contratos falsos com laranjas. No total, a PF acredita que os valores pagos em propina chegam a mais de R$ 40 milhões entre 2009 e 2013. O ex-ministro José Dirceu e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque também foram citados. Além disso, estão sendo cumpridos mandados para averiguar pagamentos indevidos a um executivo da área Internacional da Petrobras, em contatos firmados para a compra de navios-sondas.
Essas foram as fases da operação Lava Jato. Se você gosta de ficar por dentro de temas relacionados à política, não deixe de acompanhar o nosso portal. Nós sempre trazemos informações sobre esses assuntos e muitos outros bem interessantes.