Por que só a graduação não garante o sucesso de um advogado?

09 de agosto de 2017
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Como garantir o sucesso de um advogado em meio a um mercado tão competitivo quanto o da advocacia? O Brasil possui mais faculdades de Direito do que todos os países no mundo juntos, de acordo com dados da OAB. São mais de 1 milhão de advogados no país, e o número das faculdades que oferecem curso de Direito só crescem.

Diante desse cenário, não é difícil imaginar os motivos pelos quais a graduação não é suficiente para o sucesso de um advogado. No artigo de hoje, listamos alguns argumentos que reiteram essa lógica. Confira.

Porque o mercado prefere advogados especialistas

Pense que você está em uma entrevista de emprego em um escritório de Direito Comercial. O colega ao lado está cursando mestrado em Falência, enquanto você acabou sua graduação e não continuou os estudos. Basta se colocar no lugar dos sócios do escritório que você, certamente, daria preferência por alguém com mais conhecimento.

O mercado segue exatamente essa lógica ao comparar competências. Por isso, o sucesso de um advogado está conectado à especialização. Um especialista se ocupa inteiramente das ações de seu campo de atuação e contribui para que o escritório funcione de forma mais eficiente. A especialização facilita, inclusive, a prospecção de novos clientes, que preferem escritórios e profissionais especializados em sua demanda.

Além da especialização no tema de seu interesse, o sucesso de um advogado é garantido quando ele não se limita a conhecer o mundo jurídico. Empresas e escritórios têm demandado profissionais que conseguem sair de sua zona de conforto, sugerindo ideias e soluções no desenvolvimento da estrutura como um todo.

Se você for um advogado especialista e proativo, com pensamento estratégico, conseguirá se distinguir positivamente de outros profissionais. Quer uma dica? Especializações que abrangem áreas como Direito Digital e Eletrônico, Direito Bancário, Direito Ambiental, Direito Desportivo, além de temas como Recuperação Judicial, Falências, Fusão e Aquisição, Compliance e Ética estão em expansão no Brasil, e são carentes de especialistas.

A importância da especialização

Especializar-se, como vimos, é atender a um requisito do mercado. Mais especificamente, é possível dizer que o advogado especialista tem maior empregabilidade do que um profissional generalista.

Empregabilidade (employability) é o conjunto de conhecimentos, habilidades e comportamentos que torna o profissional importante para qualquer empresa. Ou seja, os grandes escritórios preferem ter em suas equipes advogados essenciais para seu sucesso, que invistam na sua capacitação profissional.

O profissional que deseja se especializar, investindo em capacitação, possui algumas opções quanto à extensão dos estudos. Há cursos de menor duração em temas específicos, como a pós-graduação e o MBA, que são lato sensu, indicados para quem deseja se aprofundar em determinada área.

Se o advogado pretende explorar e permanecer em um campo de conhecimento jurídico e atuar nele, optará pela especialização. Por outro lado, ele pode querer, além de se especializar em um campo, aliar a advocacia com a academia, se tornando um professor ou pesquisador. Para isso, deverá realizar os cursos strictu sensu, que são os mestrados, doutorados e pós-doutorados.

Esses cursos são imprescindíveis para quem deseja seguir na carreira acadêmica, e a concorrência exige maior qualificação profissional.

Porque o sucesso de um advogado está em atender às expectativas dos clientes e superá-las

Um cliente chega até você com uma situação complicada: sua empresa está mal financeiramente e a saída pode ser a recuperação judicial. Você se lembra de ter estudado profundamente o tema durante o bacharelado de Direito? Geralmente, a resposta dessa pergunta é negativa. Durante a graduação, nos limitamos a ver muitos assuntos, como esse, de forma rasa.

Imaginemos que você tenha feito uma pós-graduação em Direito Comercial, e está no mestrado com o tema de recuperação judicial e falência. Assim sendo, qual a probabilidade de você atender às expectativas desse cliente? Enorme. E não só isso: como especialista, que se dedicou a ler milhares de páginas de doutrinas na faculdade e adquiriu muito conhecimento, você tem condições de surpreender o cliente.

Nesse caso, você pode, por exemplo, ver que a situação financeira não está tão mal assim, e que não há necessidade de uma recuperação judicial. Certamente, obedecendo aos preceitos éticos da advocacia, fará o melhor pelo cliente e pela sua empresa. O aprendizado que serve como base teórica o possibilitou a atuar de forma mais segura, atendendo melhor aos anseios do cliente e superando-os – e esse é o caminho do sucesso de um advogado.

Além disso, é a especialização que possibilita ao advogado se preparar para as demandas mais complexas, estando apto a oferecer um serviço melhor para seus clientes e a atender suas expectativas. Assim, ele é capaz de se tornar referência no mercado e maximizar seus ganhos na advocacia.

Porque a graduação não capacita o advogado como empreendedor

O sucesso de um advogado está intimamente ligado a sua capacidade de empreender na advocacia. Traçar um planejamento estratégico é só o primeiro passo para quem deseja crescer na carreira, seja com escritório próprio ou atuando em negócios de terceiros.

O advogado empreendedor consegue se destacar no mercado jurídico, aproveitar e criar oportunidades de atuação, entender as necessidades dos clientes e fazer uma boa gestão de tempo. Em suma, o sucesso de um advogado virá para o profissional que vê sua atuação como um negócio.

Para isso, entretanto, é preciso adquirir conhecimentos que não são ensinados na graduação. Capacitar-se em áreas de conhecimento, em especial administração, marketing e contabilidade, faz com que o advogado consiga olhar sua carreira de forma global.

O resultado vem com pouco tempo: valorização orgânica e espontânea de seu trabalho por todos que se incluem no mercado jurídico, desde profissionais colegas até clientes.

O sucesso de um advogado se relaciona a seu posicionamento no mercado, à sua postura empreendedora e à sua cartela de clientes. Todos esses fatores, por sua vez, estão conectados com a continuidade dos estudos – ou seja, a especialização é fundamental para que a carreira na advocacia alcance maiores patamares.

Você já viveu alguma experiência que comprove isso? Conte para a gente nos comentários e até a próxima.